O clima na região em que se insere o município de Arari, pode ser classificado como Aw – tropical, com inverno seco. Esse tipo climático apresenta duas estações definidas, a saber, uma chuvosa e outra de seca/estiagem.
A temperatura no mês mais frio é superior aos 18°C e a precipitação acumulada entre 750 e 1.800mm (KÖPPEN; 1936; GOLFARI; CASER; MOURA, 1978). O regime pluviométrico é caracteristicamente concentrado entre janeiro e junho, ao passo que o período de estiagem abrange os meses de julho à dezembro, o que pode ser visto através dos dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2022).
O relevo é inferior aos 15 metros de altitude, regido por duas grandes morfoestruturas: Depósitos Quaternários da Baixada Maranhense, compreendendo a maior parte de Arari; e a Cobertura Sedimentar Fanerozoira, representada pela Superfície SubLitorânea de Bacabal que aparece no Centro-Leste do município (IBGE, 2011B).
Em relação as formações ambientais, o arranjo intracratônico no qual se situa a chamada Baixada Maranhense, e o município de Arari, favoreceu a estruturação de uma bacia sedimentar formada a partir de deposições relacionadas as regressões e transgressões marinhas. As camadas de deposição horizontalizadas configuram uma extensa planície, contendo rios meandrantes, fortemente influenciados pelas marés do oceano Atlântico (IBGE, 2011A).
A vasta rede de drenagem municipal é abrangida pela bacia hidrográfica do rio Mearim, formada por quatro sub-bacias, a saber, Grajaú, Pindaré, Mearim e Rios Litorâneos. O rio Mearim é o mais importante dessa bacia, com cerca de 930 quilômetros de extensão, nascendo no Sul do estado e desaguando em forma de estuário na Baía de São Marcos (CODEVASF, 2019).
No que diz respeito aos tipos de solos, verifica-se que o perímetro urbano de Arari está sobre a classe do neossolo flúvico Ta eutrófico (RYve), em contato com o tipo gleissolo tiomórfico órtico (GJo). No município, principalmente na zona rural, em grandes proporções, ocorre plintossolo argilúvico distrófico (FTd) (IBGE, 2011C).
O neossolo flúvico tem sua formação diretamente relacionada a calha do rio Mearim, caracterizado por mineral não hidromórfico e com origem em sedimentação recente – por sobreposições de camadas de sedimentos aluviais sem relações pedogenéticas. O gleissolo, nesse contexto, formou-se em condições de saturação de água, mineral, facilmente encontrados nas várzeas alagáveis, áreas mais baixas do relevo. O plintossolo, por sua vez, constitui-se de materiais minerais, com horizontes plínticos, litoplínticos ou concrecionários (EMBRAPA, 2006; IBGE, 2015).
O neossolo flúvico, marginalmente ao Mearim, situa a parte urbana mais antiga, enquanto que o gleissolo, circundante, pode ser visto em partes dos bairros mais afastados à Leste, como, Tamarindeiro, Habitar Brasil, Cafezal e Roseana Sarney, caracterizando o chão das áreas impróprias para ocupação humana.
A vegetação do município é caracterizada por formações de influência marinha e fluviomarinha, representadas por manguezais, campos salinos e comunidades aluviais (IBGE, 2012). A cobertura vegetal original foi devastada, tanto pelo desmatamento para extração seletiva de madeira, quanto para conversão de extensas áreas de pastagens para pecuária ou empreendimentos de monocultura, essencialmente, arroz (sequeiro e irrigado).
A cidade de Arari ocupa a porção mais a Noroeste do município, predominantemente na margem direita do Mearim, cujas raízes remetem à colonização vinda a partir do litoral maranhense; consolidada através dos grandes rios navegáveis que adentravam ao interior do território.
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Autor: Willian Carboni Viana, do Instituto Histórico e Geográfico de Arari (IHGA). In: VIANA, Willian Carboni Dos processos históricos de povoamento às transformações recentes na cidade de Arari – Maranhão. GEOTemas, v. 12, p. 01-27, 2022. Acesso: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/GEOTemas/article/view/4053